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26 outubro 2008

Tim Festa

O título foi algo que escutei de um cara com quem eu conversava na fila do banheiro no Tim Festival de ontem, ao nos referirmos à versão 2007 do evento. "O que eu vi ano passado foi Tim Festa", disse, ao compararmos a estrutura deste ano à do ano anterior.

E a diferença foi totalmente discrepante.

Local coberto, ao melhor estilo Free Jazz Festival no Jockey (que depois foi aproveitado numas versões do Tim de 2003 e 2004, se não me engano), em pleno parque do Ibirapuera, com direito a incluir as árvores do local e protegê-las (ou proteger-nos contra topadas desavisadas?) com grades, tablado com carpete, aparelhagem de som muito boa e aceitando cartão para pagamento de qualquer coisa.

O banheiro merece um comentário a parte: patrocinado pela nivea, as cabines eram de madeira, e até que estavam bem limpinhas pra um banheiro químico. Nas horas em que fui, até tinha papel higiênico. Para lavar as mãos, sabonete nivea, creme hidratante pro rosto e tinha até desodorante à disposição da galera! Inédito!

Bem, o show do National foi tudo aquilo que se esperava. Abriram com Start a war e Secret meeting e não lembro mais qual. Sei que depois alternaram entre canções do Boxer e do Alligator. Rolou um descontrol da minha parte, mas, who cares? Diante de um público em que 90% tinha ido para ver MGMT, com faixinhas na cabeça, camisetas sem manga etc, etc, etc, não foi difícil esguelar Mistaken for strangers, Squalor Victoria e Mr. November. Aliás, eu até queria comprar uma camiseta que eles costumam vender nos shows nos EUA, com uma foto do Obama e escrito Mr. November embaixo, mas ontem não rolou.

O Matt foi bem simpático com a galera, dava pra ver que eles estavam curtindo, apesar de serem todos monossilábicos e contidos. Destaque para o violonista, que às vezes tocava seu instrumento como se fosse um cavaquinho ou algo parecido. Fucking amazing!!!

Sem comentários pro show que veio depois. Quem foi pra gostar gostou. Som muito alto, típico de quem faz isso pra encobrir ou esconder a falta de talento. MGMT foi Time to Pretend, Kids e Eletric Feel. Nada mais. Fashionistas e estudantes da faap e belas artes que foram devem ter gostado muito. Eu até fiquei até o final com esperança de que melhorasse, mas não teve jeito.

Enfim, deu até pra esquecer a falta de organização do Tim festival do ano passado, a começar por ter escolhido um dia apropriado (sábado e não domingo como em 2007) e começar relativamente cedo (23h30 o MGMT já estava tocando) para os padrões paulistanos de shows na rua Augusta.

Thank you National. Espero que voltem para tocar Lit up, Sleeping husband e outras canções que deixaram de fora do repertório. Isso tudo uma semana depois de um show alucinado do Mudhoney no Clash. Agora é sentar e esperar pelo Planeta Terra Festival. Finally 2008 is making me happy.

20 setembro 2008

123

Testando Scribfire.


Elliott Smith on David Letterman

09 agosto 2008

Sonic Nurse

Diferentes fases da vida podem ter sua própria trilha sonora. Já tive minha fase Nirvana, Legião Urbana, Offspring, entre outros.

Também diferentes condições climáticas exigem seu devido fundo musical: pra mim, Here comes the sun não combina com uma tarde chuvosa de domingo, ou depois do Fantástico; bem como Black Number One não deve ser escutada numa sexta-feira ensolarada, emenda de feriado, rumo à praia.

Hoje eu descobri que também um determinado percurso aqui em São Paulo merece ter a sua trilha - ou melhor, já tem: Sonic Nurse, do Sonic Youth.

Vindo da região do Metrô Santa Cruz, sentido centro, no random, com uma garoazinha gelada:

Unmade bed: passando pelo Corpo de Bombeiros da Domingos de Morais, até a Catedral Ortodoxa do Paraíso;

Stones: do metrô Paraíso até o Hospital Sta. Catarina - quase pogando e batendo a cabeça no volante!

New Hampshire: Avenida Paulista em cheio! Bem ali, entre o Itaú Cultural e o Masp. Ai Jesus!

Paper Cut Exit: "it's what you didn't say!" Do Masp até o Conjunto Nacional.

Pattern Recognition: Rá! Fácil: descendo a Augusta. Atropelando os emos, se possível!

Dá pra chegar até quase o final da Augusta ouvindo Dripping Dream.

Daí ou mais pro fim da Augusta eu desligo o rádio pq é por ali mesmo que fico. E infelizmente não mando mais na trilha. Mas se for no Studio SP, vai ser, independentemente do dia e da temperatura, Rapture, Arcade Fire e Hot Chip. Legal, né? Mas ouça duas músicas de cada um por noite e depois me conta o que achou.

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31 julho 2008

July 23th

"Descobria, de repente, a parte secreta de si, o leve do viver, e o mais leve era vivê-lo com alguém, falando de si e das coisas, para assim suportar tudo o que sentia (...)"
Dias raros, João Anzanello Carrascoza (In: O volume do silêncio)

Eu já tinha esse livro há quase um ano, mas só agora é que ele falou comigo.

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30 julho 2008

Não curto Nine Inch Nails, mas o palco que eles usaram dia 26 de julho em Seattle merece: CLAP CLAP CLAP (de pé)!



O que será que o U2 vai achar disso?

Dia 7 de outubro isso tudo no Via Funchal.

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25 janeiro 2008

Disperso eu???

Tenho feito um tipo de trabalho pela primeira vez e que tem me dado certo prazer (até que enfim!). Aceitei um "job" - pra ser mais "cool" - de uma editora que me permite trabalhar em minha casa, no meu quarto, ouvindo last.fm, comendo sanduíche em cima do teclado, de pijama e fazendo o horário que quero. Obviamente tenho que entregá-los dentro do prazo. Contudo as vantagens de trabalhar em casa me pegaram em cheio.

Você pode se perguntar "e daí? tem mais um montão de gente que faz isso!". E eu digo que "pô, pra mim é novo, deixa eu falar das minhas descobertas, kct!". E aí vc diz "tudo bem" ou pára de ler por aqui mesmo.

O lance é que, além de proporcionar muita comodidade, por outro lado o trampo exige uma autodisciplina que tá sendo algo extremamente difícil de obter. Sou muito disperso e, à serviço da dispersão tem, somente, toda a internet e seus encantadores atrativos. Não vou pontuá-los aqui pois sou muito fútil e acho que não vale a pena fazer propaganda de site de graça.

Acho que com o tempo vou conseguir administrar melhor esse lance, curtir um pouco menos e trabalhar com mais intensidade por mais tempo. Acho que é isso que tá pegando.

Agora você me dá licença que tenho que voltar ao trabalho. Se eu não for impedido por motivo de força maior...

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01 janeiro 2008

Sobre 2008

Depois de ler algumas previsões para este ano, em jornais, sites, revistas e ver alguma coisa sobre isso na TV, reconheço que não tenho nada tão surpreendente ou idiota que já não tenha sido dito. Portanto vou me restringir a desejar um bom ano, bem vivido dia a dia, e que as promessas daqueles que as fizeram ao final do ano passado e/ou começo deste ano se realizem.

Uma das minhas promessas, ou disposições de ano novo, aliás, a única que elaborei até agora é: sair mais do mundo das idéias e partir para a vida prática. Ando pensando demais, e só isso.

What about you?

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22 dezembro 2007

Última surpresa do ano (acredito...)


O esquisito - à primeira audição - disco do vocalista do Weezer, Rivers Cuomo ("Alone: The Home Recordings Of Rivers Cuomo"), com demos e outras gravações feitas de 1992 a 2007, incluindo uma primeira versão do agora já clássico da banda "Buddy Holy" foi lançado esta semana e, óbvio, já está disponível na rede.

Acho que pra quem gostou do trabalho solo do Lee Ranaldo esse disco não vai demorar muito pra convencer.

Será que tem mais alguma coisa nova - e/ou desse calibre - ainda em 2007? No creo.

Leia: http://weezer.com/news/
Ouça: num software p2p pertinho de vc!

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14 dezembro 2007

Atonement

Preciso terminar de ler esse livro logo!

O filme - adaptação do livro com o mesmo título em inglês - já tem indicações para o Globo de Ouro em diversas categorias. No elenco, entre outros, Keira "cara de Gremlin sorrindo" Knightley, fazendo o papel de sei lá quem, pois não quero contaminar a imagem que já fiz das personagens.

Nunca tinha lido nada do Ian McEwan até ler umas recomendações do Daniel Piza em sua coluna semanal no Estadão. Até o momento tenho ótimas impressões. Vamos ver o que ele me reserva até o fim da história.

Tem grandes chances de adentrar o olimpo dos livros que marcam seus leitores: a cabeceira da cama!

Clique aqui para assistir à entrevista com IanMcEwan

P.S.: a quem estiver interessado em lê-lo, não leia nem mesmo as orelhas do livro, pois diminuem muito o "barato" da história.

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13 dezembro 2007

Across the universe



Acabei de voltar do cinema, vi "Across the Universe".

Confesso que não sou chegado a musicais. Também confesso que não sei se esse filme se encaixa na prateleira de musicais. Acho que sim. No entanto, uma última confissão: me agradou muito.

Primeiramente porque tem trilha dos Beatles. Aí é difícil não agradar. Além disso, tem um elenco que trabalha super-bem, efeitos extremamente bem utilizados e pertinentes, retrato de um período histórico alinhado com a trama (na verdade, o inverso), e esta com o texto das canções. Às vezes até demais, como no caso em que o amigo de Jude, Max, canta os gritos finais de "hey jude" quando o inglês desembarca pela segunda vez em Nova York, somente porque esses momentos - a letra da canção e o fato de querer chamar a atenção do amigo - coincidem.

As participações de Bono e Joe Cocker estão demais! O primeiro como um perfeito guru beatnick, algo do que já encarna em sua vida real, o personagem messiânico que representa diante do U2. O segundo, primeiro um mendigo, depois um cafetão e por último um hippie que salva o protagonista de ser atropelado pois andava imerso em digressões a respeito de sua amada. Claro que ambos também dão uma palhinha, mas destaco a versão de "come together" de JC. Matadora!

Aliás, as versões das canções estão interessantes, não convencionais, umas me apeteceram, uma minoria não, como por exemplo "i wanna hold your hand", cantada logo nos primeiros 10 minutos do filme por uma cheerleader desanimada. Pode?

No cômputo geral, me pareceu um ótimo filme, talvez até um incentivo pra entender melhor o contexto das composições dos Beatles, o porquê e quanto suas canções atendiam às expectativas daqueles jovens dos anos 60 e 70, pois creio que deva ser esse o motivo para tanto sucesso. Ou melhor, um deles, pois isso seria pretensão minha de reduzir a obra de arte que esses rapazes conseguiram fazer, visto que suas músicas seguem sem sair de moda - ou da trilha sonora da vida de muitos jovens de todas as idades.

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05 dezembro 2007

Banksy (de novo)


Já é a segunda vez que falo sobre esse cara no blog. Mas ele merece. O Banksy é um artista britânico que decora Londres com suas obras muito críticas e irônicas.

Desta vez ele foi até a fronteira entre Israel e Cisjordânia e fez o "Gueto do Papai Noel". Claro que polemizou, pra variar.

Ele nunca deu entrevista, mas a quem o conheça ou souber de algum contato dele, que tal convidá-lo a fazer alguma provocação dessas aqui em São Paulo, ou no Rio, ou melhor, em Brasília???

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03 dezembro 2007

Adélia Prado


«A arte a gente não entende. Fé a gente não entende. É algo dirigido à
terceira margem da alma, ao sentimento, à sensibilidade. Não precisa
inventar nada, nada, nada», disse Adélia.

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28 novembro 2007

Esse Google Ad Sense...

Pensando em ganhar uns trocadinhos sei lá quando, resolvi colocar uns anúncios no meu blog. No entanto, a relação que eles estabelecem com os textos que escrevo são, no mínimo, engraçadas. Por exemplo, hoje me deparei com o seguinte anúncio: "Daniel -
Assista o Show e Fique em São Paulo Pacote Cultural do Hilton Morumbi".

Por favor, quaisquer outras aparições esdúxulas ou impertinentes, queiram comentar, sim?

Em tempo: a quem interessar - vai saber, né? -, segue link do site oficial do cantor: http://daniel.uol.com.br/

Olha onde eu cheguei...

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No Battles...

Apesar de ter deixado a entender, ainda que sutilmente, há uns dias, que iria ao show do Battles em São Paulo, por motivos de ordem prática (show na quarta, eu trabalho na quinta de manhã - e não tenho mais pique pra isso...) e financeira (gastei o dinheiro do show com livros. E gastei até bem mais do que deveria, mas to tranquilo...), não deu pra vê-los ao vivo...

Me contentarei com a solidariedade dos que documentaram e colocaram seus videos no youtube.

A vcs, meu muito obrigado!

P.S.: no link está um show inteiro em Chicago (30 mar. 2007). Procurando dá pra encontrar os videos das apresentações no Brasil.

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Pior descrição de sexo em literatura ganha prêmio - 'Bad Sex in Fiction Award'


O mais recente vencedor do prêmio 'Bad Sex in Fiction Award', pela pior descrição de um ato sexual na literatura de ficção em inglês, segundo o BBC News, é o recém-falecido Norman Mailer.

Vale a pena ler a notícia, que além de dar um trechinho da descrição premiada - na qual o órgão masculino é tratado por "velho peão"! -, dá outras informações surpreendentes (pelo menos pra mim), como a de que o homenageado de 2003 foi o brasileiro Paulo Coelho.

Quanto ao NM, que homenagem póstuma, hein?

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16 novembro 2007

Correção - Interpol no Brasil

A informação sobre o show do Interpol no Brasil está incorreta: o dia é 11, e não 15 de março, mas o local está correto: Via Funchal.
Gracias, Deia Kulpas!

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13 novembro 2007

Eles estarão no meio de nós

Acho que depois de uma experiência como o show do The Eternals, ou mesmo uma outra vez em que fui a uma apresentação do Hurtmold, fiquei muito mais inclinado a ir a concertos não tão convencionais. E se pra reforçar essa afirmação eu tenha que recorrer a um vídeo dos Battles, acho que não estarei enganando ninguém. Vejam com os próprios olhos. Dia 21 eles tocarão no Clash, em São Paulo. Agenda completa no site deles no MySpace.

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12 novembro 2007

Planeta Terra X Tim Festival (e outras coisas que me ocorram...)

Recém chegado do excelente Planeta Terra Festival (PTF), na Vila dos Galpões, no último sábado (10/11), venho por meio desta informar-lhes que fiquei muito feliz por ter sido duas semanas DEPOIS do Tim Festival (TF).

Sabem por quê???

Já pensaram se eu tivesse ido antes ao PTF, com uma big-mega-hiper-super-ultra-blaster produção (elogios no blog do lucio ribeiro!), com direito a raminhos de eucalipto no banheiro pra aliviar o mau odor (!), tivesse visto antes os empolgadíssimos shows do Devo, The Rapture, Datarock (o que foi aquele final cantando um puta playback de "The time of my life"? A galera ria muito e dançava feito criança! Procure isso já num YouTube perto de vc!) e só depois eu fosse àquela p**** (sinto muito, perto do PTF o TF ficou no chinelo - já me explico) do TF, a frustração seria absurdamente maior. Digo isso pois guardo um pouco de ressentimento, principalmente por ter pago R$ 100,00 (meia entrada!) pra ver Arctic Monkeys, Björk e The Killers, o que valeria muito a pena na relação custo/benefício, exceto pelo fato de que, devido aos atrasos absurdos, não pude ficar pra ver o encerramento(eu e outras trocentas mil pessoas que costumam trabalhar na segunda-feira de manhã - pois é, o festival foi do domingo pra segunda).

A Björk tava linda, o show foi o máximo. Os Arctic Monkeys tocaram muito bem, empolgaram muito nos seus 50' extremamente protocolares e tão blasé que deixariam os irmãos Gallagher no chinelo.

Contudo, entretanto, todavia, já no quesito variedade, o PTF impressionou: CSS, Devo, Kasabian, The Rapture, Datarock e outros por apenas R$ 40 (meia)!

Outra: enquanto no TF (que hoje pode ser traduzido pra "Tava Foda") havia vendedores passando com isopor pra vender água durante os shows, no PTF tinha Praça de Alimentação que aceitava cartão de crédito e refrigerante e cerveja a preços classemedianamente acessíveis!

Que mais...?

No PTF tinha quiosques com acesso a internet, um terceiro palco (sim, eram dois palcos: o Main e o Indie) com apresentação de DJs a noite toda...

Além disso havia estacionamento perto (30 bicas, isso foi embaçado...) e muita segurança. Não que não houvesse segurança no TF, mas o negócio lá no Anhembi foi tão chato, tão chato que havia uma chapelaria pra deixar as máquinas fotográficas pois não era permitido entrar portando uma (hahaha procurem no youtube pra ver quantas entraram...). Ou seja, no TF a segurança ficou com imagem de censora, enquanto que no PTF as pessoas foram incentivadas a levarem máquinas!

Poderia enumerar mais alguns itens nos quais o PTF superou o TF no quesito organização, mas esse post ficaria ainda mais chato do que já está.

Em tempo: no domingo ainda fui no show do The Eternals no Centro Cultural da Juventude na V.N.Cachoeirinha. Muito bom! Pensei que o Hurtmold abriria, mas o show foi só deles, seco, sem vaselina. Fiz um vídeo. Se o "seo" YouTube deixar eu hospedá-lo eu o ponho aqui.

E tem Interpol dia 15 de março de 2008 no Via Funchal!

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18 outubro 2007

imagine (momento de desabafo)

imagino um mundo sem mortes, doenças graves, crises nos relacionamentos ou profissionais...
preciso muito visitá-lo.

02 setembro 2007

Escrever

Escutando uma entrevista do João Carrascoza no site Letras e Leituras, na qual ele se refere ao Drummond - o Carlos Drummond de Andrade, esse mesmo - quando diz que há reservas colossais de poesia ao nosso redor - ou algo nesse sentido - lembrei-me do meu blog.

Eu o criei como um obrigatório exercício de escritura, um compromisso que assumiria comigo mesmo e com um pretenso público leitor.

O problema é que devo andar com meus músculos cerebrais seriamente atrofiados pois não pratico sequer um alongamento ou sequer um aquecimento para escrita há um bom tempo, quanto mais algum exercío, provavelmente pelo medo da contusão que ele possa me causar, tamanha a dimensão do meu sedentarismo intelectual.

O fato (justificativa?) é que eu sempre espero algo que me inspire, como o fortuito encontro com o Antonio Candido que tive em fevereiro, que me obrigou a escrever algo - na verdade mais por exibicionismo (assumo! poxa, quem não gostaria de estar no meu lugar, hein? não dá vontade de contar pra todo mundo?) que por necessidade de escrever.

E acho que essa necessidade não se cria; ou se tem, ou não se tem. Lembro-me de uma entrevista em que a Clarice Lispector, interrogada a respeito da relação que mantinha com sua produção literária, afirma que precisa escrever tanto quanto respirar: ou seja, é algo vital. Mas ao mesmo tempo dolorido. Lhe custava muito escrever. Algo difícil de se imaginar ao ler algum de seus livros em sua prolífica vida literária.

Creio, então, que devo sofrer de um mal que não deveria - não encontro os colossos de inspiração drummondianos - e de um que deveria - essa necessidade vital claricelispectoriana - para, ao menos, tornar-me um blogueiro mais assíduo.

No entanto, ainda que considere que os dois males devam ser trabalhados (o segundo, creio que se não se possa alcançar, é saudável que seja "imitado"), há um outro, ainda, do qual não sofria Drummond e nem Clarice. Esse mal é meu e nunca foi, nem será deles por motivos óbvios, desnecessários explicar: escasso acesso à internet.

Esse post é uma tentativa heróica de manter-me "vivo" e de garantir meu espaço na blogosfera. No próximo post (ah, vai haver!) devo dizer algo relevante. Por enquanto, ouça a entrevista do Carrascoza de agosto/2007 que vale a pena. Ela motivou esse post.

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05 maio 2007

Batismo de sangue

Terça-feira passada vi a adaptação cinematográfica do livro do frei Betto, Batismo de Sangue. Fiquei muito impressionado. Não apenas com as atuações do Cassio Gabus Mendes ou do Caio Blat e do Daniel Oliveira, ainda que estejam fenomenais. Principalmente o Cassio (delegado Fleury) e o Caio Blat (frei Tito).

Tanta impressão me causou uma noite sem dormir, pensando no que foi a perseguição engendrada (eita!) pela ditadura no Brasil. Foi foda. Não tinha idéia de que fosse tanto. Às vezes escuto que na Argentina e no Chile, comparando com o Brasil, a nossa ditadura é chamada dita-"mole". Se é assim, sinto muito mas meu interesse pelo Que foi a ditadura nos países hermanos termina aqui.

Agora entendo porque as cicatrizes não fecham assim, tão facilmente. Entendo porque homenagens a generais ou coronéis ou qq porra dessas que fazem ou fizeram recentemente aqui no Brasil, como se essas pessoas fossem heróis sejam tão ofensivas aos que viveram aquela época, lutando para manterem-se fiéis às suas consciências (ou seja, sãos!), e por isso, lutando também contra um regime político imposto, de poucos, castrador, impositivo, ignorante, absurdo enfim, pra não prolongar os clichês que ainda assim não traduzem a repulsa que sinto. Agora entendo. Quer dizer, entendo um pouco...

Para quem puder, procure escutar a música Canción inútil do Attaque 77 que também fala desse tema na Argentina.

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23 abril 2007

18 abril 2007

Conversa com "Deus"

Infelizmente dia 24 de fevereiro passado foi minha formatura, ou melhor, da minha turma, pois não pude pagar a exorbitância que é para participar da cerimônia de colação de grau e da festa de formatura. Tinha acabado de sair do meu antigo trabalho, ainda pleiteava uma vaga em algo mais estável (o que já consegui, gracias a Dios!) e R$ 1100, 00, para mim, é muito para uma festa de apenas um dia, sem contar um churrasco numa chácara em Atibaia. O valor não compensa, não aderi meio que revoltado, feliz por não dar essa grana pra empresa de formatura, mas reconheço que no dia da colação, quando vi alguns de meus colegas lá, no palco, fiquei com certa tristeza por não usar aquele chapéu e aquela beca ridícula... Mas o presente chegou depois...

Sempre admirei o Antonio Candido (sem acento mesmo), pela inteligência, pela simplicidade com que escreve, pela sua fama de ser muito acessível e muito simpático e simples (adjetivos próprios de pessoas inteligentes!), e quando soube que ele seria o patrono da minha turma de formatura me programei pra, simplesmente, ouvir o que ele diria lá, no Expo Barra Funda. Eu nunca tinha visto o homem ao vivo!

Mas ele só abriu a boca pra fazer o juramento dos formandos... (uma coisa que eu reparei: durante a execução do hino nacional ele baixou a cabeça e ficou calado, não o cantou, embora creia que ele saiba a letra de cor. Uma professora minha da FEUSP me disse, certa vez, que o hino nacional lhe fazia sentir frios na espinha por lembrar-se da sua época de militancia estudantil na universidade, durante o período da ditadura! Acho que pra um socialista como ele, esse silêncio significou muito!)

No entanto, quando acabou a festa e ele descia do palco, fui ao encontro dele (pra mim, o maior intelectual vivo no Brasil!), com minha cara de bobo diante dum dinossauro como ele (ele tem 89 anos, completa 90 esse ano!) que conheceu e conviveu com Mario de Andrade, Sérgio Buarque de Holanda, Guimarães Rosa, entre outros vários. Falei pra ele que me formava também com aquela turma (todos o cumprimentaram, por que eu não poderia?) mas não o fiz por falta de grana, mas que agradecia a importância da contribuição dele pra minha vida acadêmica (falei difícil, né? era a ocasião...) e saí fora. Ele foi gente boa... Aí um montão de gente veio em cima do cara pra tirar foto e eu vazei.

Quando cheguei na rua, fiquei um tempo conversando com uma amiga quando vejo o Antonio Candido saindo, sozinho. Até disse "alguém deve estar esperando por ele", mas me surpreendeu que ele saiu, atravessou a rua e se encaminhava sozinho pro metrô!

Me entendam, por favor: eu sempre li coisas do cara, sobre o que ele escreveu eu fiz a minha graduação, de certa forma ele está presente na minha vida desde que entrei na facú, feliz e infelizmente, às vezes (quem cursou IEL com a Sandra Nitrini sabe do que falo...). E o cara tava ali, sozinho, disponível, com um mundo de conhecimento na cabeça, pronto pra despejar no primeiro que o interpelasse!

E foi isso que eu fiz! Fui pra puxar um papo meio besta, pra falar da vida, não queria falar sobre livros que li (por favor!), muito menos pra tietar (de Tiete, não Tieta!).

Ao falar "professor" ao lado dele, ele já logo me disse: "ah, não é você o menino que disse que não tinha dinheiro pra formatura?", e começou a discorrer indignadamente sobre essa indústria que se formou em volta das colações e formaturas. Disse que no seu tempo (inevitável dizer isso quando se tem 89 anos. Eu com 25 já disse isso algumas vezes... triste né? rs) as formaturas eram no Teatro Municipal, glamurosas. Mas não se tinha que pagar. Não sei quem pagava, não me perguntem.

Enquanto isso seguíamos caminhando. Em seguida eu perguntei sobre uma nova edição de um livro dele que estava pra sair fazia uns anos, e que finalmente saiu em dezembro do ano passado. Ele me disse que teve uns problemas com o editor (ou sei lá quem, não lembro bem o cargo do cara) que tava até pirateando o livro antes de lançá-lo! Fala sério!!!

Quando ele estava pra entrar no Táxi - hehehe eu, ingenuamente, cheguei a pensar que ele iria de Metrô, olha as "idéia" - eu falei:

- Professor, queria saber uma coisa: hoje em dia, com esse caos que tá a política no país, a educação e uma série de outras coisas, as pessoas gostariam de ouvir alguém sensato, uma pessoa da importância dele que pudesse dar algum norte pra elas, ao menos pra saber o que se passa na cabeça de um cara como ele, que, incrivelmente (isso eu não falei), coexiste nesse caos conosco(Trocando em miúdos, "e agora, quem poderá me defender?"; e o Chapolim não dá as caras!!!)!

Ele falou, muito simpaticamente, mas num tom sério:

- Eu já me sinto descolado dessa realidade. Eu já fui uma pessoa que pensava sobre o tempo contemporâneo. Mas agora as coisas me escapam. Você vai ficar velho, você vai entender. Politicamente eu decidi não participar mais, já há algum tempo. Literariamente, as pessoas me vêm perguntar-me sobre autores novos e eu não posso dizer nada, não os acompanho. Tem muita coisa nova que não conheço... (eventuais erros de português nesse parágrafo são, obviamente, meus!)

Me estendeu a mão, disse que "foi um prazer" conhecer-me, e entrou no táxi.

Na faculdade muitos o chamam de deus. Acho que ele não sabe disso, mas se soubesse desdenharia dessa "inapropriada alcunha".

Eu fiquei olhando o táxi ir embora, tentando memorizar esse momento, um verdadeiro presente de formatura, enquanto olhava "deus" entrar no táxi, dizer aonde queria ir, e o táxi sair dobrando a direita, ao lado do Memorial da América Latina.

Por ironia do destino, o bairro onde mora "deus" é o Paraíso!

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19 março 2007

Sarau Concertos Literários

Não costumo simplesmente copiar e colar notícias no meu blog, mas essa informação merece registro. Até mesmo pra mim, pra eu não esquecer!

Sarau Concertos Literários
A Prefeitura da Cidade de São Paulo, através da Secretaria de Cultura, transformou a biblioteca pública Alceu Amoroso Lima em uma biblioteca temática de Poesia e em um centro cultural também dedicado ao seu estudo e difusão, com cursos, shows, palestras e saraus. Todos gratuitos. Dentro dessa proposta cultural, os poetas Eduardo Lacerda e Flávio Rodrigo Vieira realizarão, todas as sextas-feiras à partir das 20 horas, o Sarau Concertos Literários, que tem por objetivo oferecer ao público uma opção inteligente de diversão e cultura na cidade. Com uma dinâmica inovadora o Concertos Literários trará sempre um recital de abertura com um escritor reconhecido, uma atração musical de qualidade, recital com quatro jovens poetas, um sarau aberto a todo o público (de onde quatro poetas sairão para os futuros recitais) e o encerramento com uma peça de teatro ou espetáculo de dança. Tudo gratuito. Rua: Henrique Schaumann, 777 (Esquina com a Cardeal Arcoverde) Pinheiros - São Paulo.
Fonte: <http://www.verdestrigos.org/agora/2007_03_11_archive.asp#117408434687391163>

14 março 2007

"Pau no Coelho"

Pois eh, dizer que o Paul Rabbit vende bem jah eh um fato conhecido por todos, mas qual o destino do livro depois de adquirido eh algo que soh foi respondido agora!

Paulo Coelho é 7º em lista de best-sellers menos lidos
Uma pesquisa com leitores britânicos colocou O Alquimista, de Paulo Coelho, em sétimo lugar na lista dos best-sellers menos lidos - livros que o leitor compra e não consegue terminar de ler. (...)

http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2007/03/070312_bestseller_pesquisa_mv.shtml

13 março 2007

Tirando umas teias de aranha...

Ate que ponto chegou meu grau de exclusao digital: de usuario de internet diario agora soh a utilizo uma vez por semana, na faculdade! Deploravel...

A internet em casa eh discada, meu micro ainda ta no periodo paleolitico. Alguem quer me dar um notebook que me de direito a acesso a rede wi-fi?

A vida de professor ta bem, obrigado. Mas ainda nao da pra ficar rico... Talvez se eu economizar algum dinheiro com comida, agua, gasolina, dando uma de Sidarta embaixo da arvore por uns 3 anos, quem sabe...

Enfim, pra que esse post nao fique completamente inutil, recomendo alguns livros que li ou que gostaria de ler em breve (entenda-se, este ano!): Musica ao longe e Um certo capitao Rodrigo, Erico Verissimo - Manuelzao e Miguilim, Guimaraes Rosa - Milenio, Manuel Montalban.

31 dezembro 2006

Neste último post do ano eu poderia fazer, como se poderia esperar, um balanço das coisas que me aconteceram ao longo de 2006, meu primeiro ano bloggueiro.

Eu também poderia fazer prognósticos de 2007 ou dizer o que eu espero dele.

Nem um, nem outro.

Só vou deixar uma tirinha da Mafalda na qual ela fala o que pensa sobre essa época.

Trilha sonora de hoje, previsivelmente, "New Year´s day" do U2.


http://clubedamafalda.blogspot.com

23 novembro 2006

new age

saí do meu trampo oficial... agora tou só com a faculdade.

ainda meio perdido, estou na inércia da correria que foram meus últimos quatro anos e meio.

fazendo um balanço muito superficial, a experiência foi boa: consegui conquistar alguns bens materiais e outros imateriais. fiz umas viagens, uns cursos, mas o mais interessante foi que conheci muitas pessoas "bem legais" (vide post anterior), com as quais pretendo manter contato por mais algum tempo - esse negócio de levar pro resto da vida, definitivamente, virou clichê e sei que nem 10% das pessoas que conhecemos hoje, infelizmente, por mais que gostamos delas, não permanecem na nossa vida assim, por tanto tempo. Pelo menos no mundo rodriguiano...

agora estou correndo atrás da minha próxima experiência. veremos no que dará.

desejem-me sorte, axé, energia, orações... aceito tudo!

bem bão

por que será que os vjs da mtv só conhecem os adjetivos "bacana" e "bem legal"? cadê aquela campanha "desligue a tevê e vá ler um livro"?

14 novembro 2006


É hoje!!!

09 novembro 2006

O Teatro Mágico na ESPM só de quarta, eu vim aqui reivindicar, eu quero isso todo dia!

17 outubro 2006

Banksy


Pra quem não conhece (difícil...) ou nunca ouviu falar dele, esse cara é um artista de rua, e segundo o wikipedia, possui hoje entre 30 e 31 anos, nasceu na Inglaterra e tem seus trabalhos espalhados por Londres.

Suas intervenções têm como característica a ironia ácida, tratando, em sua maioria (não vi todos os seus trabalhos) de motivos políticos, e conta com a presença de muitos, mas muitos ratos! Essa aí do soldado da guarda real mijando também é bem legal!

Há algum tempo ele ficou famoso por sacanear a Paris Hilton, substituindo CDs originais da cantora por cópias adulteradas, tanto no encarte como no conteúdo do disco. Detalhe: ele gravou todas as etapas de sua "intervenção" em vídeo e disponibilizou no YouTube!

Além disso, recentemente ele colocou um boneco vestindo o macacão dos presos de Guantánamo dentro de uma das atrações da Disney sem que ninguém o tivesse visto(?)!!! Aliás, ninguém sabe quem ele é!

Se interessou? Visite o site oficial com galeria de imagens!

16 outubro 2006

nobody moves, nobody get hurt

Há algum tempo foi o show do Franz Ferdinand e eu, muito cabeçudo, deixei pra comprar os ingressos JUSTAMENTE NO DIA do show... que tarado (calma, calma! em espanhol sul-americano é tipo: "que mané")! Puta frustração, e ainda por cima quem nem sabia quem era Art Brut e Radio4 (que eu tbm tava louco pra ver) acabou indo de graça, e foi embora cedo, né RITA?

Mas agora ninguém me segura: já comprei (há tempos) o ingresso pro New Order, comprei semana passada a facada do Tim Festival pra ver os Yeah Yeah Yeahs - tou a procura de ter com quer ir nos dois! - e agora espero ansiosamente a venda pro Nokia Trends, depois da confirmação dos não comprovadamente bons, mas hypes We are Scientists.

A quem interessar, dê uma olhada no vídeo abaixo! Esse post leva o nome da música que eles estão tocando!